Tem nas mãos a profundeza dos abismos…
… e a terra firme suas mãos a modelaram. (Sl 94,4a.5b)

As mãos de Deus que criaram o mundo e tudo o que existe,
mãos que se fizeram carne nas mãos humanas de Jesus,
acolheram os cravos que as pregaram à Cruz.

As mãos de Deus acolheram todo o pecado do mundo
nos cravos que as transpassaram.
Nas marcas das chagas nas mãos de Jesus,
o sinal de toda a dor do mundo que Ele acolheu na Cruz.

As mãos de Cristo, que criaram o mundo e tudo o que existe,
e que acolheram toda a dor e o pecado do mundo,
acolhem agora o pão e o cálice com o vinho,
e os elevam na mesa do altar pelas mãos ungidas de cada sacerdote
em cada Eucaristia celebrada,
em cada comunidade reunida desde sua Ressurreição, desde Emaús,
e os transfiguram no seu Corpo e no seu Sangue,
em Pão de vida eterna e Sangue da eterna aliança,
sinais de nossa vida redimida por Ele,
em comunhão com o Pai, no Espírito Santo.

Beijando as mãos chagadas de Jesus,
que acolheram toda a dor e o pecado do mundo,
e que nos dão a Eucaristia de cada dia,
ofereço as minhas mãos vazias, pobres,
que se abrem em doação de tudo o que sou,
que nada quer reter, que nada possui,
que tudo quer dar, tudo entregar
Àquele que tudo me deu e tudo me entregou,
sua Vida, o dom do seu Espírito,
a comunhão do seu Amor.

Aqui estou, Senhor!
Acolhe meu vazio, minha pobreza,
meu nada, minha miséria,
que minhas mãos vazias espelhem tuas mãos chagadas
em entrega plena, total,
do nada que sou para o Tudo que és!