Para nos salvar, Deus poderia ter se manifestado de forma esplendorosa. Ele poderia ter revelado o seu absoluto poderio com estrondosa magnificência. Ele, que é Princípio e Fim, Todo poder e toda glória, Poder acima de todo poder, Imensidão sem limite, Força incomensurável, quis vir ao mundo para nos salvar na fragilidade de um recém-nascido, indefeso, totalmente dependente, pequenino, incapaz. Foi assim que Ele quis, e assim Ele nos mostra o caminho para nossa salvação, caminho da humildade, da mansidão, do abandono nas mãos de Deus, da entrega confiante. E para que Ele assim entrasse no mundo, Deus criou Maria, a Pureza perfeita, o Vaso incorruptível, a Morada Imaculada, pronta para acolher o Deus da Vida. Maria e Jesus são um par inseparável. Sem Maria, não haveria Jesus, a Encarnação do Verbo. Sem Jesus, não haveria Maria, a Mãe de Deus. Um só existe no outro, com o outro, pelo outro. Maria e Jesus estão sempre juntos. Onde está Maria, aí está Jesus. Onde está Jesus, aí está Maria. Eles se completam: o Criador que entra no mundo através da sua criatura, e a criatura que acolhe o Criador. Jesus, o Filho de Deus, e Maria, a Mãe de Deus!

Contemplemos Maria com o recém-nascido Jesus em seus braços, tão indefeso e frágil, a imensidão de Maria e a imensidão do amor de Deus por nós! Este é o caminho que nos conduz à reconciliação com Deus: na pequenez, na humildade, na simplicidade, na mansidão do Deus Menino no colo de sua Mãe, na pobreza e no silêncio de uma gruta, aí está toda a nossa salvação! Todas as guerras e todos os poderosos deste mundo, todas as discórdias, todo o ódio, toda desolação e morte do mundo, tudo é vencido pela fragilidade, pequenez, docilidade e mansidão do Deus Menino nos braços de sua Mãe!