Silêncio da alma

Voltei para o Eremitério. Quanta saudade, meu Deus!
Como é bom estar de volta na quietude, no silêncio e na solidão
para poder orar na intimidade do coração de Deus.
Mas estou virada do avesso, Senhor!
Algo mudou em mim, eu estou diferente, eu não sou mais a mesma pessoa que era antes desta enchente acontecer…
A minha alma está mexida, meu coração está aberto, escancarado, esvaziado…
Minha oração mudou…
Agora quero rezar bem devagar, bem lentamente, saborear cada Palavra…
Senhor, quero orar no silêncio, sem muitas palavras…
Quero apenas estar com o Senhor…
Minha oração é meu silêncio…
Tudo está diferente, Senhor!
A chama do Espírito Santo em mim não arde mais com aquela alegria…
É agora uma chama suave, delicada, frágil…
Senhor, sou tão pequenina, tão pobrezinha, sou nada, Senhor…
És tudo! Quanta ilusão nos meus pensamentos… Quanta pretensão nos meus projetos… Sou como uma casca oca… e nesse vazio do meu coração é que habitas, Senhor!
Não tenho mais pressa… Não tenho mais pretensões… Não tenho mais sonhos meus…
Senhor, quero apenas sonhar o teu sonho,
viver cada dia como se fosse o único… sem nada esperar que não seja te encontrar…
Só tu, Senhor, és minha esperança, minha alegria, minha Paz.
Sou tua filha, tua irmã, tua esposa, tua pequenina serva, tua vermezinha, poeira e pó…
Aqui estou, Senhor,
na minha frágil pobreza, nada quero, nada espero,
habita em mim, Senhor,
vive em mim, Senhor,
quero apenas viver em ti e nada mais!

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