Sábado à tarde,
o solzinho de inverno brilha lá fora,
lindo dia para um passeio no parque,
para uma caminhada, uma visita aos amigos,
e, no entanto, com alegria, eu quis estar aqui,
diante do Senhor, ao pé da Cruz,
pregada com Ele ao seu Eremitério.
Enquanto salmodio, penso em quantos lugares eu já estive,
em quantos lugares visitei, conheci, passeei;
penso na riqueza do mundo, tantas belezas e maravilhas para serem vistas,
conhecidas, apreciadas, admiradas,
e, no entanto, não existe lugar mais belo, mais rico,
lugar onde me sinto mais plena e mais feliz
do que aqui, diante da Cruz do Senhor,
pregada com Ele em seu Eremitério.
Aqui está tudo,
estou com Ele, diante dEle, me oferecendo com Ele pelo mundo inteiro.
Esta alegria supera toda alegria das coisas do mundo,
esta Paz nada pode me tirar,
nesta plenitude minha vida está inteira,
nada me falta!
O paradoxo da clausura,
na liberdade de estar recolhida,
em comunhão de oração com toda a Igreja
pela salvação do mundo inteiro,
sozinha estou acompanhada de uma multidão,
no silêncio, escuto os sons mais inefáveis,
enclausurada sou toda livre,
pregada no Eremitério ao pé da Cruz estou em toda a parte,
pobre, nunca fui tão rica!
E, assim, escondida, anuncio o Reino de Deus
e o Evangelho Redentor pelo testemunho silencioso
da minha vida entregue, orante.