Ele, porém, se retirava para lugares solitários
e se entregava à oração. (Lc 5,16)

Meu coração é tão pequenino,
minúsculo coração,
pobre coração
de uma vermezinha escondida na terra…

Aqui na minha pequenez,
no meu escondimento,
na entrega da oração,
meu coração se dilata
e fica do tamanho do mundo.

Aqui na minha oração escondida,
meu coração acolhe toda a dor do mundo,
todos os perseguidos,
todos os doentes,
todos que estão só,
todos os desesperados,
e nessa dor do mundo inteiro
também o Espírito Santo faz morada
no amor de Cristo que tudo santifica e oferece ao Pai,
tudo aqui no meu pobrezinho coração, tão minúsculo e frágil…

Aqui no eremitério meu coração se abandona
ao coração de Maria ao pé da Cruz,
em oração que não cessa,
que é entrega
ao Pai que chora pelos seus filhos que fecharam o coração ao seu amor,
ao Pai que olha o mundo lá do alto e tudo observa,
e envia seu auxílio e derrama as riquezas da sua graça
pela oração que a Ele se une,
na entrega confiante,
na súplica ardente,
no silêncio do Espírito
com seus gemidos inefáveis
e nos cânticos, hinos e salmos,
pela Palavra que cria, que é viva e eficaz,
tudo isso aqui
vive em mim,
nesse pequenino e pobre coração,
entregue à oração.