O que é real?
Esta é uma outra faceta da pergunta “o que é a verdade?”.
Meu corpo é real,
o que os meus sentidos apreendem é real,
a minha consciência é real.
Mas sei que aquilo que percebo com meus sentidos espirituais
é mais real que a realidade física,
que a realidade apreendida pelos sentidos físicos.
Como é que eu sei disso?
Como sei que não estou imaginando?
Como sei que não estou delirando?
O que é mais real para mim é Cristo.
Para mim, Ele é mais real que a realidade dos sentidos,
mas não tenho como provar,
não tenho como justificar,
não tenho como demonstrar logicamente,
nem empiricamente, nem filosoficamente,
nem cientificamente…
Para sustentar a realidade desse saber
tenho somente a experiência da fé,
a experiência espiritual,
o que eu escuto, vejo, vislumbro
e compreendo
quando o Espírito de Deus
fala a mim e se mostra para mim…
Posso escolher ignorar essas experiências,
repudiá-las, desprezá-las
ou minimizá-las.
Posso negá-las, considerando-as como criações da minha mente,
fruto da minha imaginação fértil e alma sensível,
e posso tentar viver no mundo
como se nada disso existisse ou
fosse real.
Mas eu não conseguiria…
Seria como um suicídio,
seria como matar a minha fonte de vida
e meu sentido de realidade,
seria viver como um zumbi,
num mundo de aparências e ilusões,
num mundo de mentiras e falsidades,
seria morrer em vida…
Ainda que dizer “sim” à radicalidade dessas experiências
signifique a experiência da solidão no mundo,
a experiência de não ser compreendida,
de ser julgada e desprezada,
de ser rejeitada e criticada,
não posso mais fechar os olhos
e voltar ao caminho das aparências
e meias verdades…
Calar e fingir,
para mim, seria como morrer.
Preciso anunciar e proclamar
o que vejo e escuto,
o que me é revelado,
o que me é possível compreender…
Mesmo que aos olhos do mundo
seja loucura e delírio,
mesmo que minhas palavras não sejam compreendidas,
mesmo que me condenem…
Sei apenas
que o Espírito de Deus se derrama em meu coração
e que é preciso anunciar a Paz
e as verdades do Reino,
do amor e do perdão,
da nova terra e do novo céu,
da vida eterna em Cristo
e no amor,
e da glória celeste
a que somos chamados e predestinados.
Muito bonita essa reflexão.
Que tenhamos força para sustentar a coerência de já termos experimentado, ainda que de maneira vacilante, que há algo muito maior do que nós e que nos anuncia a uma realidade cujas nossas limitações físicas nos impedem de compreender perfeitamente.
Porém, se assim é, é porque é da vontade de Deus e nos cabe reconhecer nossas limitações, nos esforçando na parte que nos foi reservada na Providência, pois, ninguém poderá fazer àquela parte que cabe apenas a nós.
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