08 de junho de 2020
Nestes dias, contemplando o crucifixo, algumas vezes eu vi o olhar de Jesus na cruz. Seu olhar era de tristeza. A sua dor maior não era a dor física, mas a dor pelos que não acreditariam nEle, pelos que rejeitariam a Palavra e não seriam salvos pelo seu sacrifício. A sua dor, a tristeza do seu olhar, era pelos que não acreditariam nEle e que rejeitariam a salvação que Ele estava lhes oferecendo com o seu sacrifício. Eu vi a tristeza no olhar de Jesus. Tristeza pelos que rejeitariam a Palavra e não seriam salvos pelo seu sacrifício redentor. Dor e tristeza pelos que não converteriam seu coração para Ele, pelos que fechariam seu coração para a Palavra que liberta dos pecados e salva da morte.
É no coração do homem que Deus realiza a obra de salvação. É no coração do homem que está a sua vontade, o seu querer. É no seu coração que o homem decide obedecer aos mandamentos de Deus ou decide seguir seus próprios desejos, sua vontade própria. O coração humano é um campo de batalha. É ali que o homem escolhe o seu destino, escolhe o caminho que vai seguir. É no coração que começa o pecado. É no coração que se decide a guerra, o combate espiritual entre obedecer a vontade de Deus ou seguir a tentação do Maligno. É no coração que o homem decide se obedece à vontade de Deus ou se rebela-se, desobedece e satisfaz seus próprios desejos, seduzido pelas mentiras do inimigo.
O Maligno entra no coração do homem como a fumaça que entra num aposento, ela penetra por qualquer fresta, por mínima que seja. O Maligno entra com suas mentiras, ele é o pai da mentira. Ele engana e seduz o homem no interior do seu coração. É no coração que o homem decide em quem acreditar e em quem seguir: se acredita na Palavra, a tua palavra é a verdade, ou se permite ser iludido pelos sussurros tentadores e enganosos do inimigo. O Maligno quer a nossa morte, quer que morramos com ele, condenados ao abismo da escuridão, da ausência da graça, da desgraça. Deus quer que vivamos com Ele, na sua morada eterna, participando da sua vida divina, como filhos no Filho. É no coração que o homem escolhe, decide. O combate espiritual é decidido no coração do homem. Por isso, a oração é a principal arma no combate espiritual.
Só a oração veda nosso coração para que a fumaça do Maligno não penetre nele e obscureça a nossa visão. Só a oração abre nosso coração para escutar o que o Senhor nos diz. Através da oração, Deus age nos corações. O coração que não ora é um coração endurecido, é um coração de pedra. Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus. A oração verbal que não move o próprio coração, que não toca as fibras do coração, não sobe até o coração de Deus. Nós não sabemos como orar, mas o Espírito de Deus é quem ora em nós. É Deus em nós quem nos impele a orar para acolhermos a Sua graça e respondermos a ela. Quando oramos, contemplamos a Sua graça e respondemos a ela.