Com a Encarnação, a humanidade é divinizada, somos recriados no novo Adão e chamados a participar da divindade de Cristo.  Com o batismo, somos configurados à imagem de Cristo e chamados a participar do seu sacerdócio santo. Cristo é o sumo-sacerdote que intercede continuamente por nós junto ao Pai, oferecendo, da eternidade, o seu sacrifício redentor que é atualizado na terra toda vez que a Igreja celebra, unida no Espírito Santo num só corpo com a Igreja do céu, a Santa Eucaristia.

Também vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo (1Pd 2,5). A oração é uma forma de sacrifício espiritual pois, quando oramos, estamos doando nosso coração, nossa mente, nosso tempo, nossas forças e nosso corpo a Deus. A oração agradável a Deus é desinteressada, ela não busca o próprio proveito, mas busca realizar a vontade de Deus invocando a sua misericórdia, é a oração que se oferece como pura doação, como sacrifício de louvor.

Empenhemo-nos com perseverança no combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé (Hb 12,1b-2). Através da oração, do sacrifício espiritual, realizamos o combate da fé a que somos convocados. Combatemos o inimigo com as armas do amor e do sacrifício. Derrotamos o Maligno com estas armas invencíveis, com o poder do amor, que é poder de Deus. Quando oramos, participamos com Cristo de seu sacrifício redentor e nos unimos a Ele no combate espiritual pela conversão dos corações e salvação do mundo. A oração unida à mortificação do eu e à mortificação da carne torna-se arma ainda mais poderosa no combate espiritual. Penitência, penitência, penitência nos pede Nossa Mãe de Lourdes.

Eu vos exorto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso verdadeiro culto (Rm 12,1).