03 de julho de 2020

Deus tem agido no meu coração com sua mão poderosa e me levado para águas ainda mais profundas, antes desconhecidas para mim. Ó oceano infinito da graça!  Oceano inesgotável!  Quanto mais te conheço, mais te amo, quanto mais te amo, mais sei quanto ainda não te conheço!

Nestas águas mais profundas em que tenho sido chamada a navegar, estou sendo levada a contemplar, com maior intimidade, o mistério do sacrifício de Cristo e do chamado de todo batizado a oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo (1Pd 2,5b). Que o Espírito Santo venha em meu auxílio e recorde à minha mente tudo o que tenho escutado Ele soprar em meu coração ao longo destes dias a respeito do mistério do sacrifício de Cristo e do sacerdócio santo de todo batizado.

O sacrifício é a expressão última do amor, é a doação incondicional de si mesmo, é a entrega total, sem esperar ou desejar nenhum proveito próprio ou benefício pessoal. O amor espiritual se expressa como sacrifício, como doação de si, como esvaziamento, como entrega total. O mistério da nossa Redenção é o mistério do amor de Deus por nós que se manifestou como sacrifício de Deus, como dom de Deus, como doação de Deus:  O Pai que nos doou seu Filho na Encarnação, o Filho que nos doou sua vida na Paixão e morte de Cruz, e o Espírito Santo que nos foi doado pelo Pai e pelo Filho para habitar em nossos corações, fazendo de nós templos vivos do Senhor.

O sacrifício, como expressão última do amor, é a arma redentora com que Deus tira o pecado do mundo. O Maligno não conhece o amor, não compreende a lógica do sacrifício. O Acusador não compreendeu a Encarnação, não compreendeu a Cruz, não compreendeu o poder de Deus manifestado na kenosis de Cristo, não compreendeu o poder do sacrifício e achou que havia vencido com a morte de Jesus na Cruz. Mas pelo sangue do Cordeiro, foi expulso o delator que nos acusava (Ap 12, 11), o sacrifício de Cristo o derrotou.