22 de julho de 2020
Vou levantar-me e percorrer a cidade, procurando pelas ruas e praças, o amor de minha vida; procurei-o, e não o encontrei. (Ct 3,2)
No dia da festa de Santa Maria Madalena, me emocionei muito ao contemplar e orar as leituras da liturgia. Eu me vi na noiva do Cântico dos Cânticos que procurava o amor da sua vida pelas ruas e praças e não o encontrava. Chorei muito, pois vivi assim por quarenta anos, procurando angustiadamente pelo amor da minha vida. Procurava nos homens por quem me apaixonei, procurava nos livros, procurava na filosofia, procurava na minha carreira profissional, procurava nos centros espíritas, e não o encontrava! Por todo este tempo, Ele estava ao meu lado, mas eu não conseguia vê-lo, Ele batia à minha porta, mas eu não o escutava! Eu sabia que Ele existia, eu sabia que Ele me buscava, eu até sentia a sombra da sua presença quando o buscava em oração! Mas eu não o encontrava! Eu olhava, mas não via! Eu ouvia, mas não escutava! Ele falava, mas eu não compreendia! Assim, por quarenta anos, como o povo de Israel vagando pelo deserto, eu peregrinei pelas ruas e praças do mundo, até que Jesus veio ao meu encontro, no poço da Samaria.
Agora que o escuto chamar pelo meu nome, agora que o vejo, agora que bebo da água viva que Ele me oferece, agora eu reconheço: Ele é o amor da minha vida! Agora eu o seguro e não o soltarei! É para Ele que eu vivo! Eu sou dEle, somente dEle! Vosso amor vale mais do que a vida! Somente vós sois meu Senhor!